Comparação Grafotécnica e Análise de Assinaturas: Critérios Técnicos e Limitações da Grafoscopia

A análise grafotécnica é uma das vertentes mais tradicionais da Documentoscopia e permanece fundamental na solução de disputas envolvendo autenticidade de assinaturas manuscritas. Em contratos, recibos, instrumentos particulares, documentos financeiros, registros administrativos e outros atos formais, a confirmação de autoria depende de avaliação técnica especializada que considere tanto as características estruturais da escrita quanto as variações naturais do gesto gráfico humano. A grafoscopia, nesse contexto, busca determinar se uma assinatura questionada é compatível com padrões legítimos de um indivíduo ou se apresenta características que indicam falsificação ou interferência de terceiros.

O exame grafotécnico parte do reconhecimento de que a escrita manuscrita resulta de um conjunto de automatismos neuromotores adquiridos ao longo da vida. Apesar de apresentar variações relacionadas ao estado físico, emocional, ergonomia, instrumento gráfico e condições ambientais, a escrita mantém certa estabilidade em padrões morfológicos, dinâmicos e espaciais. Esses padrões, quando analisados em conjunto, permitem identificar regularidades que caracterizam a escrita de um indivíduo e servem como referência para a comparação entre assinaturas questionadas e assinaturas-paradigma.

A análise considera múltiplos aspectos estruturais, como forma das letras, proporções, inclinações, conexões internas, espaçamentos, distribuição no campo gráfico e relação entre os elementos constitutivos da assinatura. Também são avaliados elementos dinâmicos, como velocidade, fluidez, cadência, continuidade do traço, variação de pressão e ritmo do movimento gráfico. A presença de ataques e remates característicos, oscilações típicas e padrões recorrentes de modulação também contribuem para a identificação de autoria.

A detecção de falsificações envolve observar anomalias que indicam ausência de espontaneidade ou tentativa de imitação. Entre elas, destacam-se hesitações incompatíveis com assinaturas naturais, interrupções frequentes, tremores de origem distinta do gesto natural, sobreposições irregulares, reconstruções de traços, descontinuidades artificiais, inconsistências de pressão e variações bruscas de velocidade. Em falsificações mais elaboradas, o avaliador investiga a coerência entre elementos do grafismo e a possibilidade de o conjunto gráfico ter sido construído por etapas, com apoio em modelos ou cópias.

A qualidade da análise está diretamente relacionada à disponibilidade de assinaturas-paradigma que representem adequadamente a variabilidade natural da escrita do signatário. Idealmente, os padrões devem provir de períodos próximos ao do documento questionado, serem espontâneos, produzidos em contextos distintos e refletirem o tipo de assinatura usualmente empregada pela pessoa. Quando os padrões são insuficientes, muito antigos, produzidos sob condições atípicas ou limitados a poucas amostras, as conclusões periciais podem ser mais restritas, exigindo registro explícito das limitações do exame.

A atuação grafotécnica também considera fatores externos que podem afetar o gesto gráfico, como enfermidades, fadiga, uso de medicamentos, condições emocionais, ergonomia inadequada, instrumentos de escrita defeituosos ou superfícies irregulares. Esses elementos podem modificar temporariamente traços característicos da escrita e exigem interpretação cuidadosa para evitar conclusões equivocadas. Da mesma forma, diferenças no suporte — papel, textura, revestimentos — e no tipo de tinta podem influenciar a aparência final da assinatura, devendo ser avaliadas no contexto do exame.

O IBPTECH realiza análises grafotécnicas com metodologia estruturada, documentação rigorosa e abordagem comparativa que integra múltiplos parâmetros do gesto gráfico. Os laudos técnicos apresentam descrição objetiva das características analisadas, justificativa das conclusões e registro claro das limitações eventualmente encontradas. A perícia pode subsidiar processos judiciais, arbitrais, administrativos, investigações internas, auditorias, disputas contratuais ou avaliações de compliance documental.

Em um ambiente onde a autenticidade de assinaturas manuscritas continua sendo elemento central da prova documental, a análise grafotécnica fornece base sólida para decisões fundamentadas. Ao combinar conhecimento técnico, observação minuciosa e abordagem sistemática, essa atividade fortalece a segurança jurídica, reduz incertezas e contribui para que instituições, empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos possam avaliar com precisão a confiabilidade das assinaturas envolvidas em suas operações.

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